Como o câncer na carne tenra e esgotada
Meu Verbo brota no seio da Língua,
Tornando-se vida esponjosa e latejante
Pulsando como uma entidade nova e arbitrária
Vida à parte do Reino Soberano da Gramática!
Submerge o Verbo de um pântano de insulto
E como tornado leva tudo
As estruturas e as instituições
Erguidas pelo suor do Homem Menor
Alto, leitor, a língua palpita no peito
Enquato o coração pulsa entre os dentes
Incêndio no château submisso da lógica
Contudo tu podes tocar-me sem medo
Beijar-me nas mãos os farelos da lepra
Cândido Carneiro
gosto dos seus poemas
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