terça-feira, 10 de maio de 2011

A Gênese da Besta

Ah, se o espermatozóide soubesse...
Se pudesse prever!
Que ao fecundar o Óvulo
Na ânsia reprodutiva,
Do breve Flash orgástico
Brotaria tal besta
Estúpida e contemplativa
Que é o Homem Banal.

Ah, se ele soubesse...
Voltaria correndo pra dentro do Pênis,
Com o semblante abatido,
Porque a viagem foi longa,
Mas aliviado, pois despido de Remorso.

Ah, se a Vagina soubesse
Do atentado que o Homem Banal é ao Bom Senso,
Arreganharia os dentes
E, num único golpe incisivo,
Castraria o membro flácido de carne
E o cuspiria fora,
Como quem escarra muco azedo,
Daqueles que ardem a garganta.

Mas o Homem Banal age por impulso,
E a Mulher não tem escolha
Senão a de o acolher, resignada.

Então a Gênese da Besta é inevitável:
Gera a Besta que
Gera a Besta que
Gera a Besta que
Gera a Besta
E não tenho nada a declarar quanto a isso.

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